no Inverno em Arujá
Em pleno Inverno, Arujá se veste de um amarelo vibrante, um cenário que a natureza generosamente oferece: os ipês amarelos, com sua floração efêmera e intensa, transformam a paisagem urbana em um quadro de rara beleza, um lembrete poético da persistência e da vida que pulsa, mesmo nos dias mais frios.
Cerca de 400 ipês, plantados ao longo das Avenidas Mário Covas e João Manoel e também no Parque dos Ipês, inaugurado na gestão Camargo, dão um show à parte. Embora no Parque dos Ipês a floração ainda seja incipiente, devido à demora natural do amadurecimento das árvores (há poucos anos plantadas), nas avenidas da área central de Arujá e com destino a Guarulhos, o espetáculo já começou. De julho a outubro, essas árvores se entregam à “dança” do vento, cobrindo o chão com um tapete amarelo que convida à contemplação. É um espetáculo que sucede a delicadeza das Cerejeiras, outro ícone da beleza de Arujá, que surgiram floridas mais tímidas, meses atrás, na Avenida Renova dos Santos. Mas, agora, é a vez do amarelo, cor da esperança e da alegria, que dá o tom às manhãs e tardes, ora geladas, ora ensolaradas, em Arujá.
No entanto, a paisagem arujaense não se limita aos ipês amarelos. Sua paleta de cores é variada, abrangendo ipês roxos, rosas e brancos, cada um com sua singularidade, encanto e época certa de floração que difere da dos ipês amarelos. Apenas o raro ipê verde ainda não encontrou seu lar na cidade, que já abriga jovens pés de ipês brancos, que aguardam seu tempo certo para também presentear os munícipes e turistas com sua beleza.
Além de encherem os olhos de quem passa pelas avenidas, as flores dos ipês desempenham um papel vital na natureza.
São o néctar preferido de abelhas e beija-flores, contribuindo ativamente para a polinização e a manutenção do equilíbrio ecológico. Em Arujá, predomina a variedade dos Ipês Paulistas, nativos da Mata Atlântica e das faixas de transição do Cerrado, reforçando a conexão da cidade com sua rica biodiversidade.
Segundo Erik Vinicios Oliveira da Silva, diretor da Secretaria de Meio Ambiente de Arujá, o ipê é um símbolo de resistência e transformação, pois resiste às intempéries e aos ventos, apesar de sua florada durar de duas a três semanas. “Os ipês sofrem uma transformação magnífica. Eles perdem todas as suas folhas e nos surpreendem com floradas pujantes, esbanjando vigor nos períodos de seca”, descreveu.
Futuro Verde
Em um gesto de compromisso com o futuro, Arujá inaugurou este ano o Viveiro Municipal de Mudas, instituindo o Programa “Arujá mais Verde: Cultivando o futuro”. Localizado dentro do Parque dos Ipês, o viveiro promove uma iniciativa inspiradora: a troca de 1 kg de alimento não perecível por uma muda, incluindo as de ipês. Essa ação, que já arrecadou 147,5 kg de alimentos para o Fundo Social de Solidariedade, une ação social e ambiental, semeando não apenas árvores, mas também conscientização na comunidade. O Viveiro está aberto de terça a domingo, no horário de funcionamento do Parque dos Ipês (rua Fenacita, 500, Jardim Fazenda Rincão), e a troca de alimentos por mudas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, convidando todos a fazerem parte desse cuidado com o meio ambiente e, quem sabe, adotar uma muda de ipê e florir também o seu quintal ou a sua calçada.